Passarola: é tanto o símbolo da
concretização do sonho, representando assim também a libertação do espírito e a
passagem a outro estado de consciência, uma vez que que esta é igualmente um
símbolo da ligação do céu e da terra, pois ousa sair do domínio dos homens e
entrar no domínio de Deus; Por outro lado é um símbolo dual, pois é por sua
causa que nasce a Trindade terrestre, mas também é o motivo de separação
desta.
Sol: representa a força e a
própria vida, fazendo corresponder Sete-Sóis a Sete Vidas, transformando deste
modo a personagem de Baltasar como representante de todo o povo.
Lua: Tradicionalmente a Lua
simboliza, por não ter luz própria, o princípio passivo do sol. No entanto, a
obra revoluciona o conceito da Lua ao dar a Blimunda capacidades sobrenaturais
que dependem das fases da lua, tornando a tão relevante como o sol.
Sol e Lua: simboliza a união como um
todo, porque são o verso e o reverso da mesma realidade, o dia;
Sete: este número representa a
totalidade perfeita. Para além da utilização deste símbolo na expressão da
completude de Baltasar e Blimunda, também é recorrido noutras situações, tal
como no dia da sagração do convento;
Nove: representa o coroamento dos
esforços, o concluir de uma criação, utilizado para simbolizar os 9 anos de
procura de Blimunda por Baltasar;
Vontade: as vontades recolhidas,
utilizadas como combustível para a passarola voar, representa que, aliadas com
a ciência e arte, o querer do homem faz avançar o mundo;
Trindade terrena: constituída pelo padre
Bartolomeu, o pai, por Baltasar, o filho, e por Blimunda, o espírito. Esta
simboliza a harmonia perfeita; Uma vez que esta é terrena, está aberta a um
quarto elemento, Domenico Scarlatti, dado que quatro é o número da terra;
Mãe de pedra: o transporte desta grande
pedra de mármore de Pêro Pinheiro a Mafra é uma epopeia, uma vez que esta acção
é descrita com "grandeza" clássica e é vista como um acto heróico dos
operários, que tem que transportar uma pedra gigantesca, num carro
especialmente concebido para o seu transporte, este comparado a uma nau da
Índia, e com a ajuda de duzentas juntas de bois. Os seiscentos homens que a
puxam.
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