AH! QUEREM uma luz
melhor que
a do Sol! Querem prados mais verdes do que estes! Querem flores mais belas do que estas que vejo! A mim este Sol, estes prados, estas flores contentam-me. Mas, se acaso me descontentam, O que quero é um sol mais sol que o Sol, O que quero é prados mais prados que estes prados, O que quero é flores mais estas flores que estas flores - Tudo mais ideal do que é do mesmo modo e da mesma maneira!
a do Sol! Querem prados mais verdes do que estes! Querem flores mais belas do que estas que vejo! A mim este Sol, estes prados, estas flores contentam-me. Mas, se acaso me descontentam, O que quero é um sol mais sol que o Sol, O que quero é prados mais prados que estes prados, O que quero é flores mais estas flores que estas flores - Tudo mais ideal do que é do mesmo modo e da mesma maneira!
Análise:
Apesar da posição em que a figura humana se encontra,
com os braços e as pernas esticadas e afastadas transmitir uma sensação de
felicidade, liberdade semelhante ao espírito de pureza, inocência e
espontaneidade de uma criança que conhece as coisas pelos sentidos como o
próprio autor e a que Caeiro faz referência em diversos poemas, podemos
associar o facto de ela estar a saltar a um desejo de querer mais e de alcançar
algo melhor que a realize, tal como Fernando Pessoa ortónimo, que nunca estava
satisfeito com o mundo, pois tinha de racionalizar tudo, o que o aborrecia.
Contrariando esta dor de pensar com uma atitude anti-metafísica, Alberto Caeiro
é feliz porque se recusa a pensar, a ponderar sobre as barreiras da vida, apreciando
assim o melhor que lhe podem dar, a pureza da natureza. Voltando á imagem, no
plano onde esta mulher se encontra, podemos verificar que o ambiente que a
envolve está mais calmo, o que pode se pode associar ao seu estado de
felicidade. Refiro-me ao estado límpido do céu, e á ausência de movimento do
mar, provocado por uma brisa.
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