Pedro da Maia
A educação tradicional e profundamente proteccionista a que Pedro foi sujeito desenvolveu-lhe uma personalidade «fraca». Com esta personagem, o autor terá pretendido desenvolver a ideia de que cada indivíduo não pôde fugir à sua origem hereditária.
Podemos, assim, dizer que Pedro da Maia recebeu uma educação à portuguesa com imposição de uma devoção religiosa punitiva, fuga ao contacto directo com a natureza e o mundo prático. Quando Maria Monforte aparece em Lisboa, atrai-o como um íman; o casamento fez-se contra a vontade do pai de Pedro.
Quando esta foge com Tancredo, Pedro acaba com a sua vida. O destino desta personagem foi totalmente condicionado pelos factores naturalistas: a hereditariedade - mãe, e educação, ao contrário dos seus filhos, que não são influenciados por estes factores naturalistas.
- Pedro da Maia
Carlos da Maia e Eusébiozinho
- Carlos da Maia
- Eusébiozinho
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Carlos da Maia e Eusébiozinho
A educação de Carlos da Maia e Eusébiozinho contrasta em muitos aspectos. Basta, por exemplo, ver a fonte da sua educação.
No caso de Carlos da Maia, educado por um pedagogo inglês, Brown, contrasta imediatamente com o tipo de educação de Eusébiozinho que fora educado de uma forma tradicional e portuguesa. Carlos da Maia, contactava com a natureza; " Deixava-o cair, correr, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soleiras (...)" enquanto Eusébiozinho permanecia em casa: "Mas o menino molengão e tristonho, não se deslocava das saias da titi (...)".
Carlos aprendia línguas vivas como o inglês e brincadeiras divertidas: " Mostrou-lhe o neto que palrava inglês com o Brown (...) O pequeno muito alto no ar, com as pernas retesadas contra a barra do trapézio, as mãos às cordas, descia sobre o terraço. Por seu lado, "Eusébiozinho, por sua vez aprendia as línguas mortas como o latim e em vez de brincadeiras tinha contacto com livros velhos: " O latim era um luxo erudito. Nada mais absurdo que começar a ensinar a uma criança uma língua morta".
Carlos tinha uma educação de carácter rigoroso, metódico e ordeiro: “tinha sido educado como uma vara de ferro (...) Não tinha a criança cinco anos e já dormia num quarto só, sem lamparina, e todas as manhãs, zás para dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora(...) ".
Já Eusébiozinho levava uma educação de super protecção: "nunca o lavavam para não o constipar". Carlos submetia a vontade ao dever, querendo ultrapassar a hora de deitar pois Vilaça estava lá em casa, e Eusébiozinho subornava a vontade pela chantagem afectiva quando disse à "mamã" que ela o deixaria dormir consigo essa noite se dissesse os versos. Carlos praticava exercício - ginástica ao ar livre. Por seu lado, o outro rapaz não tinha qualquer actividade física devido à sua saúde frágil. Carlos, porém, desprezava a cartilha e o conhecimento teórico enquanto Eusébiozinho a estudava.
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