Em Frei Luís de Sousa, chamou-me particularmente a atenção a personagem Manuel de Sousa Coutinho. Identificamos a integridade da personagem, através da sua luta pela liberdade e pelo patriotismo. Estas características estão patentes na corajosa decisão de Manuel de Sousa Coutinho de incendiar a sua própria casa, para que os governadores espanhóis não façam dela o seu alojamento - de facto, o período filipino que se seguiu à derrota portuguesa na Batalha de Alcácer Quibir espelhava o Portugal conturbado dos anos vinte e trinta do século XIX, onde as forças absolutistas tentavam esmagar o grito de liberdade de homens entre os quais se encontrava o escritor.
Esta obra possibilita-nos, pois, fazer uma associação entre três momentos: o período do domínio filipino em Portugal (final do século XVI/início do século XVII); o período das lutas entre liberais e absolutistas (século XIX: tempo em que a obra foi escrita); e a atualidade, um período de crise, do qual espero que possamos emergir, através de atitudes de determinação, coragem e patriotismo.
Esta obra possibilita-nos, pois, fazer uma associação entre três momentos: o período do domínio filipino em Portugal (final do século XVI/início do século XVII); o período das lutas entre liberais e absolutistas (século XIX: tempo em que a obra foi escrita); e a atualidade, um período de crise, do qual espero que possamos emergir, através de atitudes de determinação, coragem e patriotismo.
A peça revela o amor que o escritor nutria pela sua pátria e o culto que fazia da liberdade, verdadeiro valor que, segundo ele, permitia a redempção dos povos e o seu percurso em direcção ao progresso, esta apresenta um conteúdo moral: na última cena do drama, uma criança inocente, vítima de uma sociedade dominada por preconceitos desumanos e por ideais efémeros, morre "de vergonha". Garrett, cria que, para educar o seu país, era necessário confrontá-lo com a sua própria realidade, para que, conscientes das suas virtudes e dos seus erros, os portugueses aprendessem a lição que motivaria a sua transformação.
Na verdade, a dimensão humana ultrapassa as fronteiras nacionais, pois nela encontramos espelhada a relação, sempre actual, entre o homem e a sociedade, numa perspectiva de interacção entre estes dois agentes que criam, afinal, a realidade, sempre relativa, como sabemos, porque susceptível de análises diversas ao longo dos tempos.
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