quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Romantismo

O Romantismo foi um movimento cultural que surgiu inicialmente na Grã-Bretanha e na Alemanha, como reacção ao culto da razão do Iluminismo, um pouco mais tarde em França, nos países do sul e na Escandinávia espalhando-se depois por toda a Europa e Estados Unidos da América. É um estado da sensibilidade europeia entre finais do séc. XVIII e princípios do séc. XIX. O seu nome deriva de "romance" (história de aventuras medievais), que tiveram uma grande divulgação no final de setecentos, respondendo ao crescente interesse pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média.
Foi originalmente um movimento de facto revolucionário que adoptou as ideias políticas e filosóficas elaboradas pelo século das Luzes: livre expressão da sensibilidade e afirmação dos direitos do indivíduo. Mas o romantismo, para lá da sua oposição à estética clássica, quer revelar a parte do homem oculta pelas convenções estéticas e sociais.
Muito variada nas suas manifestações, essencialmente ao nível da literatura e das artes plásticas, esta corrente sustentava-se filosoficamente em três pilares: o individualismo – tendência para se libertar de toda a obrigação de solidariedade para pensar só em si, egoísmo –, o subjectivismo – tendência para afirmar a prioridade do subjectivo sobre o objectivo – e a intensidade. Contra a ordem e a rigidez intelectual clássica, os artistas românticos imprimiram maior importância à imaginação, à originalidade e à expressão individual, através das quais poderiam alcançar o sublime e o genial.

















O Romantismo entra na Literatura portuguesa com a publicação dos poemas Camões (1825) e D. Branca (1826) de Almeida Garrett. O ambiente político (lutas entre liberais e absolutistas), o exílio deste, o seu temperamento, a época em que viveu, transformam o árcade que durante muito tempo se afirmou em Catão, na Lírica de João Mínimo, no Retrato de Vénus, quanto ao seu conteúdo, e nos poemas Camões e D. Branca, na linguagem, no grande romântico das Folhas Caídas e no grande pioneiro de uma linguagem coloquial, moderna, de Viagens na Minha Terra.

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